Este projeto busca por ampliar a compreensão da ambiguidade e da complexidade do processo de alinhamento pesquisando a dimensão social (atores, relacionamentos, práxis, estrutura e contexto) e como esta pode contribuir para complementar os atuais resultados estratégicos.
Crises e escândalos financeiros nos últimos anos têm chamado a atenção de organizações, pesquisadores e gestores sobre a necessidade de maior estudo e rigor na gestão do risco no mundo corporativo (FRIGO, ANDERSON, 2011). Frigo (2009) aponta que, apesar do tema não ser uma novidade nas organizações, a prática da gestão do risco tem sido, historicamente, tratada de forma isolada. O autor advoga pela integração do risco no processo de formação da estratégia. Convergente com a ideia, Courtney, Kirkland e Viguirie (1997) destacam a necessidade de maior inserção de questões relacionadas ao risco na estratégia organizacional: para os autores, pode ser temerário adotar abordagens tradicionais do planejamento estratégico sob condições de incertezas. Em recente revisão literária sobre a intersecção entre risco e processo decisório estratégico, Bromiley e Rau (2010) identificam três ramos principais: i) estudos que investigam as relações entre o paradoxo risco-retorno na organização (BOWMAN, 1980; BETTIS, HALL, 1982; PARK, 2007); ii) pesquisas que examinam a percepção ou propensão ao risco de gestores e executivos seniors, com análises
na dimensão individual (MACCRIMMON, WEHRUNG (1985, 1990); SITKIN, PABLO, 1992); e iii) análise da influência do risco em decisões corporativas. Enquadram-se neste ramo estudos sobre o risco em alianças estratégicas (DAS, TENG, 2001), no desenvolvimento de novos produtos (KEIZER, HALMAN, 2007) e na internacionalização de empresas (MILLER, 1992; BROUTHERS, 1995; LIESCH, WELCH, BUCKLEY, 2011), dentre outros temas. Este projeto aborda intersecções de três campos teóricos da literatura organizacional, a saber: i) risco, com ênfase sobre a gestão do risco organizacional; ii) estratégia, especificamente sobre o processo estratégico; e iii) internacionalização, abordando os campos de Negócios Internacionais. Dessa forma, objetiva-se investigar, no nível organizacional, como o risco é interpretado e gerenciado no processo estratégico (ex. Internacionalização).